A cada dia, as mulheres têm ocupado mais lugares nas empresas e conquistados posições de alta chefia. Na sociedade moderna, o preconceito contra a mulher parece ser tema inexistente. Mas se observarmos em nosso dia-a-dia, ainda existem muitas evidências que apontam o contrário. Por exemplo, na pesquisa realizada no último dia 2 de março pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diees), elas ainda continuam ganhando menos que os homens.
Maria Judith Souza, 34, é mãe solteira. Há sete anos ela trabalha como cobradora de transporte público em Belo Horizonte, Minas Gerais e se diz inconformada com o que sente na pele todos os dias. Leia abaixo a entrevista que ela me cocedeu em dezembro do ano passado:
Cobradora declara em entrevista que não é bem-aceita em seu trabalho
Cobradora declara em entrevista que não é bem-aceita em seu trabalho
Sabrina Assumpção
S: Cobradora. De onde você tirou a ideia de exercer esse ofício?
S: Cobradora. De onde você tirou a ideia de exercer esse ofício?
M: Da minha família. Todos em minha casa trabalham com isso, inclusive as mulheres.
S: Você acha que o preconceito contra a mulher ainda existe?
S: Você acha que o preconceito contra a mulher ainda existe?
M: Lógico. Sinto isso todos os dias!
S: Você poderia relacionar o preconceito com o trabalho que você exerce?
M: Sou trocadora. Se eu não trabalhasse aqui, provavelmente um homem estaria ocupando o meu lugar. Se não fosse por causa das mulheres, não haveria homem pra trabalhar, não é? Muita gente ainda não entende que mulher pode ocupar qualquer cargo. Eu até quero ser motorista!S: Você poderia relacionar o preconceito com o trabalho que você exerce?
S: Motorista? Não acha ser um grande desafio pra quem ainda sofre preconceitos pelo que já faz?
S: Para terminar, o que você acha o pior disso tudo?